Resumo:"O presente artigo procede a uma análise dos direitos humanos partindo da constatação de que sua gênese se dá num contexto histórico-cultural específico e expressa a cosmovisão do seu lugar de nascimento - o mundo ocidental -, com suas ideologias, costumes, valores e crenças. Raimon Panikkar e Boaventura de Sousa Santos, que referenciam esta análise, preconizam a tese de que a universalidade dos direitos humanos somente pode ser alcançada por meio de uma hermenêutica diatópica, que contemple a multiplicidade de culturas existentes em todo o mundo, pois uma hermenêutica que insiste na predominância dos valores das culturas ocidentais não encontra legitimidade perante várias outras culturas, que se sentirão excluídas. O problema que perpassa a pesquisa tem seu fulcro no binômio universalismo/relativismo dos direitos humanos. Justifica-se a pesquisa em razão das formas díspares de compreensão e aplicação dos direitos humanos nas várias regiões do mundo e na importância da superação da antítese universalismo/relativismo no que se refere aos direitos humanos. A hermenêutica diatópica e o multiculturalismo emancipatório, ambos valendo-se do diálogo intercultural, configuram-se como um caminho para a construção do diálogo sobre a universalização de direitos e a reconstrução e reconceitualização dos direitos humanos em âmbito global, respeitando as particularidades locais de cada cultura. Para tanto, emprega-se a metodologia investigativa analítico-dedutiva."
Sumário:Uma análise da dimensão epistemológica dos direitos humanos -- Compreendendo culturalmente os direitos humanos -- A possibilidade de reconstruir o alcance dos direitos humanos -- Para além da hermenêutica : a questão multicultural.