Resumo:"Discute-se no presente artigo as reconfigurações do trabalho nos canaviais paulistas, sob as óticas de gênero/ classe/etnia, após dois acontecimentos importantes: o Protocolo Agroambiental, firmado entre a UNICA (União da Indústria Canavieira) e o governo estadual em 2007, e o Pacto de Livre Adesão, firmado entre os representantes dos trabalhadores - CONTAG e FERAESP -, o governo federal e os representantes do patronato. Considera-se este momento como sendo de transição do trabalho manual do corte de cana para o trabalho mecanizado. Em função da rapidez das mudanças ocorridas no processo de trabalho nos canaviais, que envolvem o preparo do solo, plantio, controle de pragas e ervas daninhas, além da colheita, considerase que estas relações de trabalho no atual momento devam ser analisadas no contexto do processo de pós-trabalho manual do corte. Esta afirmativa não significa que ocorrerá a total eliminação do trabalho manual, porém a implantação de novos rearranjos no mercado de trabalho e também nos métodos de exploração da força de trabalho. Os dados apresentados se baseiam em pesquisas levadas a cabo nas últimas décadas em várias regiões do estado, priorizando-se a metodologia da história oral, observação direta e análise de documentos, dissertações e teses defendidas em várias universidades e centros de pesquisas."