Resumo:Discorre sobre as origens e as notas caracterizadoras do golpe de 64, ressaltando-se o papel desempenhado pelos fatores políticos, econômicos e sociais que lhe eram tangenciais. Comenta também seu caráter autoritário burocrático; a legitimidade consentida pela sociedade civil; o prolongamento dos militares no poder central; o terrorismo de Estado, implementado por meio da institucionalização de órgãos de repressão para o cometimento de graves violações de direitos humanos, e a legalidade autoritária. Conclui-se que o golpe de 64 tem sua matriz no enfrentamento fático e simbólico do legado de Vargas, representado no imaginário das elites, principalmente, pela figura do então presidente João Goulart, conjugada à polarização entre o capitalismo e o comunismo no âmbito mundial e aos embates econômicos sobre abertura de mercados, remessa de divisas ao estrangeiro e aumento de investimentos do Estado para a iniciativa privada na seara interna.