Resumo:"O tema desse texto é atual em qualquer tempo e espaço. O aumento ou a diminuição da criminalidade denunciada - e não criminalidade julgada - tem impacto nas opções político-criminais dos Governos no tempo da alteração legislativa penal, encrostrada nos princípios do "achismo" e da "retórica", que trazem a ideia de que o melhoramento da justiça penal passa, em efectivo, pela alteração legislativa e não pela formação e racionalização dos atores judiciários. A crítica desenvolvida assenta no axioma de que o decisor olvida a dinâmica dos tempos em confronto: o tempo da justiça e o tempo do jornalismo. Estes dois polos dialécticos promovem maior ou menor eficiência no sistema de justiça penal e são catalisadores de factores de anomia e indiferenca dos cidadãos perante o crime e a ausência de Estado Democrático de justiça. Procura-se relembrar que a mudança de paradigma gera ineficiência se não for acompanhada de uma formação adequada dos atores da justiça, sob pena do Estado Democrático de Direito colapsar".