Resumo:"Objetiva-se investigar o intrigante contraste entre ubiquidade e neutralidade tecnológica, máxime diante do fenômeno contemporâneo das plataformas digitais de trabalho, perquirindo-se, mais precisamente, a veracidade da assertiva de que a tecnologia seria neutra quanto a fins, valores e subjetividade humana. Esse fenômeno de facilitada adesão social à narrativa da "neutralidade" tecnológica é apreciado sob o prisma justificador do liberalismo tecnológico. Na esteira de uma incursão multidisciplinar, entremeando direito e filosofia, conclui-se que, em maior ou menor grau a tecnologia, em si, pode ser boa ou má, independentemente de seu uso; a tecnologia, em sua concepção, criação e aplicação, exprime opções humanas e, logo, veicula normas e valores sociais; a tecnologia promove interferências na subjetividade humana, passando longe de ser um item puramente técnico, apartado e distante do homem que o cria e usa [...]"--
Sumário:Não neutralidade quanto a fins : adaptação reversa e monismo da técnica -- Não neutralidade quanto a valores : política dos artefatos e redes sociotécnicas -- Não neutralidade quanto à subjetividade : mediação tecnológica e caráter humano -- Sobre a "plausabilidade" da ideia de "neutralidade" tecnológica : mais algumas considerações à luz do liberalismo tecnológico.