Resumo:"Aborda as revoluções tecnológicas que se sucederam no capitalismo, a partir da primeira revolução industrial, e de que forma a utilização dessas inovações científicas e tecnológicas impactaram as relações de trabalho. Correlaciona-se, dessa forma, o capitalismo com a tecnologia, fazendo uma digressão entre os diversos momentos e principais inovações tecnológicas no âmbito da primeira, segunda, terceira e quarta revolução tecnológica. E isso se justifica na medida em que é constatada uma mudança de paradigma vivenciada atualmente no capitalismo, promovida pelo uso da internet e da microinformática, no contexto da quarta revolução tecnológica, cuja repercussão tem refletido em profundas modificações na organização do trabalho. Os altos índices de desemprego, em parte decorrentes da automatização e robotização do trabalho, ensejaram uma migração forçada dos trabalhadores para o empreendedorismo a partir da utilização de plataformas digitais que, por vezes, mascararam uma efetiva relação de emprego. A migração do emprego formal para o trabalho coordenado por plataformas digitais tornou-se objeto de constantes debates promovidos academicamente e submetidos à apreciação do poder judiciário, cujo exato alcance e repercussão ainda não foram completamente definidos. A premissa de que a utilização de tecnologias, ditas disruptivas, tem a única finalidade de conectar os prestadores aos tomadores de serviço deve ser vista com ressalva, para que não se trate o trabalho humano como uma mercadoria".