Resumo:Reflete sobre as questões do estabelecimento de limites relacionados ao processo educativo no contexto familiar, a partir da interface entre o Direito e a Psicologia. Fundamentado na bibliografia referente ao assunto, nas práticas profissionais e nas mudanças relacionadas aos fatores históricos, pode-se inferir que certos princípios ficam questionáveis e o sentido que se atribui às ações se relativiza, gerando incertezas sobre os valores que devem ser construídos nas relações familiares relacionados aos limites na educação dos filhos. Há anos a família foi considerada como o principal veículo de transmissão de valores sociais que estruturavam a tradição, mas hoje essa mesma estrutura familiar parece enfrentar dificuldades em relação à maneira de exercer seus papéis como figura de continência e referência. É obrigação dos pais cuidar da educação dos filhos, podendo a omissão trazer consequências legais, contudo, a sanção aos pais omissos, por si só, não trará resultados benéficos. Logo, o grande desafio não é simplesmente punir, mas sim identificar os casos em que as falhas na condução da educação, no que se refere a limites, são decorrentes do despreparo dos pais frente às transformações do mundo contemporâneo. Nessa perspectiva, ações podem ser propostas visando a capacitação dos pais e, com isso, garantir o princípio da Proteção Integral à criança e ao adolescente, numa atuação conjunta dos profissionais da área do Direito e da Psicologia.